Achei está reportagem muito informativa.
Em outras palavras, não existe mágica. “Todo tratamento de obesidade deve incluir mudança no estilo de vida” , atesta o cirurgião baiano Marcos Leão Vilas Boas, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica. O humorista Dedé Santana sabe bem do que se trata. Pesando mais de 100 quilos, ele decidiu recorrer ao bisturi.
Onde está o problema?
Na técnica utilizada em 85% das operações para controle da obesidade no Brasil, o bypass gástrico ou cirurgia de Fobi-Capella, a capacidade normal do estômago é reduzida de 1,5 litro para 20 ml (o conteúdo de um copinho de café), depois que o órgão é separado em duas partes: a maior (o chamado ex-estômago), continua produzindo os sucos gástricos, mas a comida deixa de passar por ali. A menor é conectada ao intestino delgado e um anel de silicone pode ser colocado no encontro entre este estômago reduzido e o intestino para restringir ainda mais a capacidade de ingerir alimentos. Então a pessoa se vê obrigada a comer muito pouco e a mastigar bem, do contrário pode engasgar e vomitar.
Com o tempo, de 20% a 30% dos operados aprendem a driblar as restrições: descobrem que alimentos líquidos, pastosos ou sorvete, leite condensado, pudim, amendoim, bebidas doces ou alcoólicas, passam pelo estômago reduzido sem causar desconforto se forem ingeridos várias vezes, em pequenas porções, e daí começam a abusar de produtos altamente calóricos. Resultado: sua capacidade pode aumentar de 20 ml para até 200 ml, e a costura na ligação entre ele e o intestino alargar, a ponto, inclusive, de romper o anel restritivo. Alguns excessos, inclusive, podem causar graves complicações como a que atingiu o socialite Chiquinho Scarpa, em abril.
Cinco dias depois de se submeter à cirurgia de redução de estômago, o socialite Chiquinho Scarpa, ingeriu 5 litros de água e suco de uma vez, o que provocou o rompimento de um dos pontos da cirurgia. Com isso, o líquido vazou para a cavidade abdominal, dando origem a uma peritonite, infecção na membrana que reveste o abdome, e colocou sua vida em risco.
Resta saber por que ex-obesos sabotam seus planos de fazer as pazes com a balança depois de enfrentar os rigores do bisturi. “A comida pode ser uma bengala que os ajuda a atravessar as dificuldades de sua vida”, explica a psicóloga Claudete da Silva, que trabalha no Ambulatório de Cirurgia Bariátrica da Faculdade de Medicina do ABC e na Clínica Plástica e Beleza. “É preciso aprender a separar as emoções da alimentação para conseguir viver sem essa bengala”. Segundo a psicóloga, a maioria acha que vai tirar de letra, mas na hora H pode ser mais difícil do que parecia.
Ranking do Perigo – Quem corre mais risco de voltar a engordar após a cirurgia de obesidade:
1-Pessoas que têm o hábito de beliscar. “De pouco em pouco acabam comendo muito. Chegam a 2.800 calorias por dia”, conta a nutricionista Silvia Leite Faria, que realizou duas pesquisas sobre o tema para a Universidade de Brasília.
2-Comedores de doce compulsivos. Sobretudo se não sentirem o dumping (náuseas e fraqueza relacionadas ao esvaziamento rápido do estômago), que surge em pacientes operados após o consumo de alimentos doces ou gordurosos.
3-Grandes bebedores de álcool ou refrigerantes. Com o tempo podem recuperar a capacidade de ingerir líquidos de forma ilimitada, diz o cirurgião Marcos Vilas Boas, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Aliado importante
As consultas pré e pós-operatórias oferecidas nos serviços de cirurgia bariátrica e nos planos de saúde (nome “oficial” da cirurgia de obesidade) estimulam o paciente a mudar seu comportamento em vez de depositar todas as esperanças na mesa de operação. Este apoio é o primeiro passo para ter sucesso, ensina a nutricionista Silvia Leite Faria, da Gastrocirurgia de Brasília. Por isso as equipes são multidisciplinares, compostas de cirurgião, nutricionista, fisioterapeuta, endocrinologista, psicólogo e enfermeiros.
Mas os exobesos nem sempre participam. Por mais que o médico recomende, é comum fugir do psicólogo e faltar nos retornos ao nutricionista. No primeiro ano as consultas são mensais. Alcançado o peso saudável, elas passam a ser trimestrais ou semestrais e a partir do terceiro ano tornam-se anuais. Portanto, se você quer chegar lá, faça tudo conforme o figurino. “Não se dê alta por conta própria”, recomenda Marcos Vilas Boas.
Outras medidas úteis
- Antes de operar, converse com o nutricionista para avaliar seus hábitos alimentares. Se gostar de beliscar ou for loucamente apaixonado por doces, pergunte sobre estratégias para contornar essas tendências.
- O psicólogo o ajudará a perceber se suas expectativas são reais: você pretende ter peso saudável ou deseja ficar magérrimo quando sua estrutura não permite? Ele também o ajudará a entender se está usando o excesso de peso como defesa contra dificuldades que não consegue administrar e a procurar outros recursos.
- Depois da cirurgia, não espere solução mágica. Mesmo que haja grande perda de peso no início, para manter a nova silhueta será preciso corrigir seus hábitos.
- Quanto à dieta, no primeiro mês você só receberá líquidos, depois começará a ingerir alimentos pastosos. Assim que voltar a se alimentar, procure fazer de cinco a seis refeições por dia. E não deixe de ingerir proteína animal. Um bife dá mais trabalho para comer do que purê de batata e caldinho de feijão, pois precisa mastigar mais. No entanto, é fundamental consumir proteínas para preservar a estrutura muscular, ensina a nutricionista Silvia Faria.
- Até chegar ao peso saudável (e às vezes até mesmo depois) você precisará de suplementos de vitaminas, minerais, proteínas e óleos essenciais. Consulte seu médico.
- Invista nos exercícios físicos. Eles colaboram para eliminar o que interessa, a gordura, e preservar a massa muscular. O fisioterapeuta pode orientá-la.
- Se tiver qualquer dificuldade, abra o jogo. Solicite apoio.
Correndo atrás do prejuízo
O que fazer para contornar a recuperação de peso depois da cirurgia
- Ajustar a dieta e praticar exercícios físicos. “Fracionar as refeições não significa comer de duas em duas horas, oito vezes por dia. Converse com um profissional de nutrição que apontará eventuais mudanças”, orienta a nutricionista Silvia Leite Faria. Também vale a pena investir nos exercícios físicos, mesmo que seja uma caminhada de meia hora por dia. Eventualmente, o médico pode indicar remédios que tirem o apetite ou aumentem a saciedade.
- Operar novamente. Medida controversa que requer indicação precisa. Pode-se substituir uma técnica pouco vantajosa por outra mais eficiente, como exemplifica o cirurgião Marcos Vilas Boas: trocar a banda gástrica ajustável (colocação de um anel de silicone na entrada do estômago a fim de reduzir sua capacidade) pelo bypass gástrico. Tentar nova abordagem como a cirurgia de Santoro, que encurta o intestino para a comida chegar mais rápido ao ponto em que se libera o hormônio da saciedade, de modo que o paciente fique satisfeito comendo menos. Outra possibilidade é empregar o Stomaphix, uma espécie de máquina de costura que faz algumas pregas no estômago para reduzir sua capacidade, informa o dr. Arnaldo Ganc, da Escola Paulista de Medicina. A técnica, feita por via endoscópica (portanto, sem cortes), foi introduzida no Brasil em julho de 2008. Mas ainda não há estudos mostrando se neste caso o paciente não torna a engordar.
FONTE: Site Artur Monteiro
OI QUERIDA,
ResponderExcluirESTOU BEM SIM GRAÇAS A DEUS, NADA Q UM DIA APÓS O OUTRO NÃO RESOLVA. OBRIGADA PELA PREOCUPAÇÃO, OLHE TB GOSTARIA MUITO DE TE CONHECER, PODEMOS MARCAR SIM SEM PROBLEMAS. ESTOU ANSIOSA PARA Q CHEGUE O DIA DA TUA CONSULTA, (HOJE), CONTA TUDO...
BJS MI
obrigado.
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